Shakespeare: a invenção do humano
O que era o homem antes de Shakespeare? Personagem de dimensão quase inexistente, afirma o crítico literário Harold Bloom, em Shakespeare: A Invenção do Humano, um estudo monumental sobre o grande gênio da literatura. Nessa obra, o autor analisa uma a uma as peças de Shakespeare, revelando a incontestável riqueza de seu mundo criativo. Segundo Bloom, a bardolatria, a devoção a Shakespeare, deveria tornar-se uma religião secular mais do que já o é. Isto porque, através de sua obra, Shakespeare não apenas representou, mas efetivamente inventou o homem. A capacidade de evolução por uma relação consigo mesmo, e não com Deus ou deuses, a habilidade em mergulhar na difícil e desafiadora viagem do autoconhecimento pela reflexão têm início na obra de Shakespeare. É justamente por isso que Harold Bloom o identifica como o inventor do humano. A genialidade de Shakespeare vem desafiando estudiosos ao longo dos anos. Um talento inigualável que o levou a criar Rei Lear, Macbeth e Antônio e Cleópatra em pouco mais de um ano. Uma capacidade inquietante de atravessar os obscuros labirintos da mente humana, desnudando paixões, iluminando desejos, apontando os grandes fantasmas que perseguem o homem desde sempre. Nesta análise profunda e detalhada de cada uma das peças de Shakespeare, Bloom discute antigas questões e apresenta novas perspectivas do universo do maior dramaturgo de todos os tempos. Aclamado como um dos críticos mais instigantes do nosso tempo, Harold Bloom, professor de literatura da Universidade de Yale e Nova York , dedica-se quase que integralmente, em mais de duas décadas de carreira acadêmica, ao estudo de Shakespeare e sua obra.